A Exposição “A Editora em 2022” tem por objetivo rememorar de maneira reflexiva e crítica alguns dos eventos importantes da história do Brasil e do mundo, como o Bicentenário da Independência do país, o Centenário da Semana de Arte Moderna e os cem anos da ascensão do fascismo. Como pensar efemérides como essas a partir dos livros publicados pela Editora da Unicamp?
Por meio da reunião de títulos de seu catálogo relacionados de algum modo a esses eventos, a Editora da Unicamp procura contribuir com a discussão sobre seus diferentes sentidos, desdobramentos e impactos. Integrarão a Exposição cinco obras atinentes ao Bicentenário da Independência do Brasil, 13 à Semana de Arte Moderna e quatro à ascensão do fascismo no mundo.
A proposta é, pois, cultivar de forma crítica a memória dessas efemérides que não deixam de estar relacionadas entre si, trazendo à cena a reflexão imprescindível sobre elas para uma melhor compreensão de noções mobilizadas na agenda cultural e política contemporânea, como independência, modernidade, identidade nacional etc.
O contexto histórico que pavimenta a Semana de Arte Moderna em São Paulo marca, além de “novas e modernas visões de mundo”, a ascensão do fascismo; encontra-se refletido em vários desdobramentos do movimento modernista no Brasil, não apenas o paulista. A memória das condições históricas nas quais se deu a Independência do Brasil, por sua vez, não deixa de evocar a presença de um projeto político elitista, de caráter oligárquico, passível de ser observado na matriz estética da Semana de Arte Moderna.
Entre as questões e tensões de natureza artística, cultural e sociopolítica associadas às efemérides a serem rememoradas em 2022 destacam-se, nesta Exposição, aquelas que implicam, além da reflexão sobre seus contextos históricos de emergência, alguns desdobramentos atuais, como os movimentos decoloniais, as questões identitárias, o enfrentamento do racismo, a crise da democracia e o crescimento do pensamento conservador no Brasil e no mundo, as formas de expressão e de reação ao fascismo, a relação entre tradição e inovação nas artes, as diferentes expressões da cultura popular, o papel do Estado e das instâncias públicas na vida social do país, os vários sentidos de moderno e de modernismo no Brasil.
Ao estimular nos títulos reunidos nesta Exposição diferentes formas de reflexão sobre a presença desses e outros temas vinculados aos sentidos de modernidade, democracia e independência ao longo de nossa história, a Exposição “A Editora da Unicamp em 2022” espera contribuir para a compreensão do nosso presente e os desafios que se abrem ao futuro.
A mostra inaugural da Exposição, que será itinerante e contará também com depoimentos de autores, lançamentos de livros e seminários temáticos, terá lugar no saguão da Biblioteca Central da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de 6 a 20 de junho de 2022. Depois disso, a Exposição poderá ser vista em outros locais. Confira a agenda completa:
- 6 a 20 de junho: saguão da Biblioteca Central da Unicamp

- 21 a 24 de junho: Centro de Convenções da Unicamp
- 1 de julho a 8 de agosto: CIS Guanabara – Centro Cultural Unicamp

- 10 a 19 de agosto: Espaço Cultural Maria Monteiro

- 22 a 26 de agosto: Cotil – Colégio Técnico de Limeira

- 29 de agosto a 2 de setembro: CEDAE no Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp

- 5 a 9 de setembro: Prefeitura Municipal de Campinas

- 13 a 15 de setembro: Centro de Convenções da Unicamp

- 20 a 23 de setembro: Cotuca – Colégio Técnico de Campinas

- 26 a 30 de setembro: FCA – Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp

- 3 a 14 de outubro: Espaço Cultural Casa do Lago da Unicamp

- 17 a 31 de outubro: Biblioteca Pública Municipal Prof. Ernesto Manuel Zink
- 1 a 30 de novembro: ADUnicamp – Associação dos docentes da Unicamp
- 1 a 31 de dezembro: saguão da Biblioteca Central da Unicamp
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Confira os livros publicados pela Editora da Unicamp que fazem parte da exposição:
- VILLA-LOBOS: PROCESSOS COMPOSICIONAIS, de Paulo de Tarso Salles
- NAÇÕES E DIÁSPORAS, organizado por Bela Feldman-Bianco
- ANITA MALFATTI – CADERNOS DE DESENHO
- UM ESPELHO NO PALCO, de Tiago de Melo Gomes
- ASSOMBRAÇÕES DE UM PADRE REGENTE, de Magda Ricci
- FLÁVIO DE CARVALHO – CADERNOS DE DESENHO
- CONTOS DE MÁRIO DE ANDRADE
- CRÔNICAS E OUTROS ESCRITOS DE TARSILA DO AMARAL, organizado por Laura Taddei Brandini
- MODERNISMO BRASILEIRO E MODERNISMO PORTUGUÊS, de Arnaldo Saraiva
- CONSERVADORISMOS, FASCISMOS E FUNDAMENTALISMOS, organizado por Rodrigo Toniol e Ronaldo de Almeida
- TARSILA DO AMARAL – CADERNOS DE DESENHO
- O JORNALISTA QUE IMAGINOU O BRASIL, de Isabel Lustosa
- OS OSSOS DO MUNDO, de Flávio de Carvalho
- CAPOEIRA ESCRAVA E OUTRAS TRADIÇÕES REBELDES, de Carlos Eugênio Líbano Soares
- CONTOS DE MÁRIO DE ANDRADE – EDIÇÃO ACESSÍVEL
- ORPHEU: 1915 – 2015, organizado por Carlos Felipe Moisés
- FASCISMO E GRANDE CAPITAL, de Daniel Guérin
- UMA EDITORA ITALIANA NA AMÉRICA LATINA, de Eugenia Scarzanella
- TRAVESSIAS REVOLUCIONÁRIAS, de Edilene Toledo
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Fique por dentro da programação cultural que ocorreu no auditório da Biblioteca Central Cesar Lattes da Unicamp, em junho de 2022, e que contou com depoimentos de autores, lançamentos de livros e seminários temáticos:
8 de junho: Falando sobre o BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA, Isabel Lustosa (autora do livro “O jornalista que imaginou o Brasil”) e Madga Ricci (autora do livro “Assombrações de um Padre Regente”);
9 de junho: Falando sobre o CENTENÁRIO DA SEMANA DE ARTE MODERNA, Maria Eugênia Boaventura;
10 de junho: Falando sobre os 100 ANOS DA ASCENSÃO DO FASCISMO, Armando Boito e André Kaysel;
O tema meu TCC em 1996 foi. A fábrica de artes Itu, um retrofit em um antiga fábrica de tecidos na cidade Itu com espaço de convivência e laboritórios de artes artes em suas diferentes expressões escola, café palco para que qualquer pessoa possa fazer um saral, um tocar um instrumento, enfim suas expressões artísticas, utilizei muito a semana de arte moderna como objeto de estudo, sem me aprofundar no tema e tenho essa fase como fundamental para entender a arquitetura paulistana de vanguarda, adoraria participar como ouvinte e aprender mais, sou especialista em habitação de Interesse Social e ATHIS, busco meu mestrado e preciso dessa parte tão humana pra trazer para meus estudos mais sensibilidade e respeito na arquitetura aplicada hoje sem muito critérios.
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