20 livros de divulgação científica disponíveis no catálogo da Editora da Unicamp

Por Maria Vitória Gomes Cardoso

A divulgação cultural e científica desempenha um papel crucial ao popularizar e difundir o conhecimento científico para públicos não especializados. Por meio dela, podemos promover uma cultura científica que oferece inúmeros benefícios para a sociedade, incluindo o desenvolvimento econômico e educacional, a formação de cidadãos críticos e empáticos, melhorias nas condições de saúde e bem-estar da população, sustentabilidade ambiental, entre muitos outros impactos positivos.

Uma verdadeira cultura científica é composta por diversos elementos que, em conjunto, promovem a compreensão e a valorização da ciência na sociedade. Entre eles estão a alfabetização e a educação científica, a valorização da pesquisa e da inovação, a ética e a responsabilidade científica, entre muitos outros.

Segundo pesquisa realizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, no que diz respeito ao acesso às informações relacionadas ao tema ciência e tecnologia, cinco em cada dez brasileiros relataram se deparar frequentemente com notícias falsas. Isso evidencia que o acesso da população brasileira a informações e fontes confiáveis ainda é limitado. As redes sociais consolidaram-se como o principal meio de divulgação científica, mas a enorme quantidade de informações disponíveis pode levar muitos, sem letramento digital e midiático adequado, a acreditar em notícias falsas.

As fake news têm diversos efeitos negativos e malefícios que impactam a sociedade como um todo. Segundo uma matéria da Carta Capital, durante a pandemia houve um acentuado aumento de fake news centradas na ciência, especialmente em relação às vacinas. Como resultado, muitas mortes por covid-19 que poderiam ter sido evitadas acabaram ocorrendo. Justamente para combater as fake news, a Academia Brasileira de Ciências lançou, no dia 20 de junho de 2024, o documento “Desafios e estratégias na luta contra a desinformação científica”, que pretende analisar as múltiplas causas desse importante problema contemporâneo e também listar recomendações para que o poder público e a sociedade o enfrentem de maneira efetiva. 

Pensando na importância da divulgação cultural e científica e no combate à desinformação, a Editora da Unicamp listou, neste artigo, os 20 livros de divulgação científica disponíveis em seu catálogo. Conheça-os!

Coleção Meio de Cultura

A coleção Meio de Cultura da Editora da Unicamp traz livros que, em linguagem acessível a todos, apresentam os caminhos e descaminhos da ciência e da tecnologia. As obras buscam despertar o fascínio pelo saber, pela curiosidade e pelos mistérios do universo e da humanidade, refletindo a presença constante da ciência e da tecnologia em nosso cotidiano. 

  1. Um sabiá sujo

Publicado em 2020, Um sabiá sujo é uma viagem pela América do Sul, no qual o autor Marcos Rodrigues apresenta uma espécie de ave que só foi descoberta em 2007 e formalmente descrita em 2012. Conhecida como pedreiro-do-espinhaço, inicialmente, o biólogo descreveu-a como um sabiá sujo A primeira parte do livro dedica-se aos bastidores da descoberta dessa espécie e à discussão sobre a história geológica da América do Sul. 

Marcos Rodrigues é biólogo, mestre em Ecologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e doutor em Zoologia pela Universidade de Oxford, Inglaterra. Atualmente, é professor da Universidade Federal de Minas Gerais, onde conduz pesquisas na área de comportamento e ecologia animal. Com a obra Um sabiá sujo, o autor recebeu menção honrosa pela Associação Brasileira de Editoras Universitárias (Abeu), em 2021, na categoria Ciências da Vida. 

  1. Tubo de ensaios

Tubo de ensaios, publicado em 2023, é um livro que reúne os artigos do acadêmico brasileiro Daniel Martins de Barros. Publicados originalmente na revista Galileu (Editora Globo), entre os anos de 2017 e 2019, os textos almejam uma divulgação científica relevante, rigorosa e acessível, ilustrando fatos científicos com exemplos da arte e do universo pop. Sendo breves em extensão, os artigos foram relidos pelo autor e incrementados a partir de questões que surgiram nestes últimos anos – como a pandemia de covid-19, a ascensão da ultradireita na política mundial e a guerra entre Rússia e Ucrânia. 

Daniel Martins de Barros é médico psiquiatra, professor colaborador do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, doutor em Ciências e bacharel em Filosofia pela USP. Sua obra, e as demais desta lista, destina-se a todos os que compartilham a paixão pelo saber, sobretudo em um tempo no qual o papel da ciência vem sendo descabidamente questionado. 

  1. Almanaque

Almanaque é um livro de divulgação científica publicado em 2011, escrito por Juan Nepote e traduzido por Márcia Aguiar Coelho, que consegue relacionar ciência e poesia de uma maneira espetacular. O livro é dividido em 12 capítulos, cada um referente a um mês do ano. Em cada capítulo, são apresentados cientistas e contextos de seus trabalhos relacionados ao mês do capítulo. Em “Julho”, por exemplo, mês de nascimento de Santos Dumont, conhecemos um pouco mais sobre esse inventor brasileiro e a sua importância para a aviação. Ao longo da obra, desfilam tanto Copérnico, Darwin ou Mendeleiev quanto Leonardo da Vinci ou Sofia Kovalevskaya, muito bem acompanhados por Pablo Neruda, Fernando Pessoa e outros poetas. Observamos, por meio desse livro, que poesia e ciência são dois modos complementares de interrogar o universo. 

Juan Nepote é membro do Comitê Editorial do Journal of Science Communication, da Sissa (Itália), e da Sociedad Mexicana para la Divulgación de la Ciencia y la Técnica. Foi bolsista do Fondo Nacional para la Cultura y las Artes (México) e da American Association of Museums (EUA).

  1. Ciência – Use com cuidado

Ciência – Use com cuidado, publicado em 2008, é uma seleta de 80 textos críticos e provocativos escritos por Marcelo Leite na época em que ele escrevia na coluna Ciência em Dia, no jornal Folha de S.Paulo, de 2002 a 2007. Esses textos convidam o leitor à aventura de conhecer o mundo como ele é e como pode ser. Além disso, para cada artigo de jornal, o livro traz um pós-escrito em que o autor atualiza informações, critica os próprios textos, aprofunda o assunto, fornece fontes complementares e, acima de tudo, apresenta os bastidores da produção jornalística, desde meras curiosidades do processo até técnicas utilizadas para coletar e narrar os fatos. O livro, portanto, é de grande importância para aqueles que querem seguir carreira em jornalismo científico. 

Formado em Jornalismo pela ECA-USP e doutor em Ciências Sociais pela Unicamp, Leite explora temas da ciência há mais de 30 anos. Foi também bolsista da Fundação Krupp na Alemanha (1989-1990) e da Fundação Nieman – Universidade Harvard (1997-1998) nos EUA. Em 2005, recebeu o Prêmio José Reis de Jornalismo Científico, do CNPq.

  1. Dez teorias que comoveram o mundo

Nesse livro, os pesquisadores Leonardo Moledo e Esteban Magnani partem das revolucionárias teorias de Lavoisier e Darwin, que marcaram o início de uma nova era científica. Os autores afirmam que, a partir desse ponto, cada nova conquista do pensamento permitiu ao mesmo tempo problematizar territórios e impulsionar renovadas exigências. Ao longo dos séculos XIX e XX, a ciência avançou, como sempre, num constante vaivém. Mas esses tropeços – em que o errôneo e o verdadeiro se sucedem – construíram a atual cosmogonia, esta que vai, como dizem os autores, “das tartarugas às estrelas”. Explorando desde a teoria atômica do filósofo pré-socrático Demócrito até a intrigante ideia do big bang, esse novo percurso pelas teorias que transformaram o mundo é tão fascinante quanto o anterior. 

 Leonardo Moledo (1947-2014) foi um escritor e filósofo argentino, enquanto Esteban Magnani é jornalista e licenciado em Comunicação pela Universidade de Buenos Aires (UBA). Dez teorias que comoveram o mundo, originalmente escrito em espanhol, foi traduzido por Márcia Aguiar Coelho e publicado pela Editora da Unicamp em 2010.

  1. A extinção dos tecnossauros

Enquanto a percepção social das tecnologias está quase sempre voltada para o progresso e o triunfo das inovações mais recentes e revolucionárias, A extinção dos tecnossauros surge com uma abordagem diferente: compreender a transformação tecnológica através do seu lado menos iluminado – seus becos sem saída e derrotas. Tecnologias que tinham o potencial de mudar o mundo, mas permaneceram confinadas nos laboratórios; produtos que foram rejeitados pelo mercado; máquinas que, após décadas de uso cotidiano, desapareceram e hoje só podem ser encontradas em museus. Dinossauros tecnológicos – tecnossauros. É justamente quando um sistema entra em crise que se abre uma brecha para entendê-lo, porque tudo aquilo que era normalmente dado como certo se revela de repente falso, e é a partir da outra face da tecnologia que esse livro pretende compreendê-la.

Nicola Nosengo estudou Comunicação na Universidade de Siena e especializou-se em Jornalismo Científico na Escola Internacional Superior de Estudos Avançados de Trieste. Seu livro, originalmente publicado na Itália e escrito entre o final de 2002 e o início de 2003, foi traduzido para o português por Regina Célia da Silva e publicado pela Editora da Unicamp em 2008.

  1. A fórmula secreta

A fórmula secreta, publicado em 2012 pela Editora da Unicamp, conta a história de um episódio fundamental para o nascimento da matemática moderna e retrata uma das disputas mais acirradas da ciência renascentista. Com fórmulas misteriosas, duelos públicos, traições, genialidade, ambição – e muita matemática –, o livro transporta o leitor para o intrigante universo dos italianos Tartaglia e Cardano, centrado na revolucionária fórmula para a resolução de equações de terceiro grau. A obra reconstitui esse episódio polêmico, considerado por muitos como o marco inicial da matemática moderna. 

O livro é uma excelente opção para quem deseja aprofundar-se na história da matemática e acompanhar um dos debates científicos mais fervorosos do século XVI. Além disso, a escrita é de fácil leitura e demonstra que é possível abordar temas como álgebra de maneira interessante, inteligente e acessível ao grande público. 

O autor do livro, Fabio Toscano, é físico teórico de formação, fez especialização em Fundamentos e Filosofia da Física, nas universidades de Bolonha e Urbino, e em Comunicação da Ciência, na Escola Internacional Superior de Estudos Avançados (Sissa) de Trieste. Dedica-se a atividades de divulgação científica em papel impresso, na web e na televisão.

  1. O frango de Newton

Com uma abordagem surpreendente e original, O frango de Newton revela as intersecções entre gastronomia e pesquisa científica, entre laboratórios e cozinhas. Vencedor do International Book Prize “La Vigna” para livros sobre comida e vinho em 2014, o livro foi publicado na Finlândia, na Coreia, na Espanha, no México, na Argentina e em outros países latino-americanos, conquistando leitores ao redor do mundo. O livro explora essa relação entre ciência e culinária, revelando como a ciência está presente em nosso dia a dia. Escrito por Massimiano Bucchi, professor de comunicação e sociologia da ciência na Universidade de Trento, na Itália, o livro demonstra o potencial da ciência na cozinha de maneira acessível e envolvente. 

Massimiano Bucchi é um renomado acadêmico que já atuou como professor visitante em diversas instituições de ensino e pesquisa na Ásia, Europa e América do Norte. É autor de artigos em periódicos como Nature e Science e de vários livros publicados em diversos países. Escreve sobre ciência e tecnologia para jornais, revistas e programas de televisão. Em 2015, seu livro O frango de Newton foi publicado pela Editora da Unicamp com a tradução de Regina Célia da Silva, que também traduziu outras obras do italiano para o português para a Editora, como A extinção dos tecnossauros e Uma editora italiana na América Latina.

  1. O gozo intelectual

Essa obra traz um ensaio inovador sobre a aquisição de novo conhecimento. A obra reivindica o esforço de saber e o prazer que ele proporciona. Dividida em duas partes, a primeira, intitulada “A teoria”, constrói um sólido esquema conceitual, abordando desde as definições fundamentais – estímulo, conversação, compreensão – até a noção-chave de gozo intelectual. Essa seção é enriquecida com profundas reflexões nas quais o autor revisita temas como a criação e a educação. Na segunda parte, “A prática”, são apresentados 63 artigos, nos quais surgem o estímulo, a conversa, a compreensão e a intuição em uma ampla variedade de contextos: viagens, jantares, leituras e conferências. Qualquer circunstância revela-se propícia para o gozo intelectual.

O autor do livro, Jorge Wagensberg Lubinski (1948-2018), foi professor, pesquisador e escritor espanhol. Graduado e doutor em Física com prêmio extraordinário pela Universidade de Barcelona, ​​onde foi professor de Teoria de Processos Irreversíveis e Mecânica Estatística na Faculdade de Física de 1981 a 2016. Seu livro foi traduzido por Simone Mateos e publicado pela Editora da Unicamp em 2010.

  1. Inventando milhões

Inventando milhões, escrito por Simon Torok e Paul Holper, conta as histórias de como a inovação, a descoberta, a ciência e a tecnologia transformaram milhões de vidas. Na área medicinal, por exemplo, ao salvar milhões de pessoas com a descoberta da penicilina e a invenção do marca-passo; na área financeira, ao transformar o inventor em milionário, como o fizeram produtos como o Cubo Mágico e o Tupperware, e ao render milhões para a empresa de um inventor, como o fizeram o forno de micro-ondas e o telefone celular; ao atingir milhões de pessoas, como aconteceu com a revolução da música digital e com o uso do Google; ou, possivelmente, mudando milhões de vidas por meio da nanotecnologia. Esse livro, publicado em 2010 pela Editora da Unicamp, conta com a excelente tradução de Carolina Paganine, doutora em Estudos da Tradução pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Simon Torok é Ph.D. em Ciências da Terra pela Universidade de Melbourne e pós-graduado em Ciências da Comunicação pela Universidade Nacional da Austrália (ANU, na sigla em inglês). Foi comentarista de ciências no rádio e publicou dezenas de artigos em jornais, revistas e periódicos científicos. Paul Holper, por sua vez, formou-se em Química, é bacharel em Educação e tem pós-graduação em Ciências da Comunicação. O autor aparece com frequência na mídia descrevendo os últimos avanços científicos da Austrália. Escreveu diversos artigos para jornais e revistas, além de cinco livros didáticos de ciências.

11. O jogador científico

Nesse livro, Ariel Arbiser, especialista em computação e jogos, convida os leitores a se divertirem – e sobretudo a pensarem. O autor discorre sobre os mais diferentes entretenimentos: a loteria, a roleta, o pôquer, o vinte e um, o ponto e banca, a escopa de 15, entre outros. Também não são esquecidos os inquietantes e belos esquemas do jogo da vida nem o microcosmo que compõe o xadrez e suas estratégias. Como jogar é uma arte, mas também uma ciência, todos saímos ganhando, ainda que isso signifique entender por que não se pode vencer a banca na roleta, que a probabilidade de receber uma sequência real é de 0,0000153908 e que, para ganhar na loteria, seria preciso jogar por 100 mil anos. Desse modo, entre cartas, fichas e tabuleiros, Arbiser faz-nos passear pelos truques, sutilezas e paradoxos que aparecem quando alguém se senta a uma mesa de jogos de habilidade (só ou acompanhado) ou se propõe a queimar os neurônios em busca da solução para um enigma!

Ariel Arbiser é formado em Ciência da Computação, licenciado em Ciências Matemáticas e doutor em Ciência da Computação pela Universidade de Buenos Aires (UBA). Além disso, fez outros cursos de pós-graduação na Argentina, no Brasil, na Itália, na Alemanha e na Suíça. Seu livro O jogador científico foi publicado pela Editora da Unicamp em 2015, com a tradução de Márcia Aguiar Coelho.

12. Os remédios da vovó

Nesse livro, o leitor é convidado a fazer uma viagem incrível, percorrendo as fascinantes histórias das drogas e dos remédios, incluindo o uso do cravo-da-índia para dor de dentes (a visita ao dentista jamais será a mesma), a arte do beliscão, ou as mil e uma utilidades da aspirina (como tira-manchas, para a saúde do cabelo, para aliviar picadas de mosquitos e, segundo alguns, inclusive como analgésico). A obra é destinada a ser esclarecedora, ajuda-nos a iluminar um pouco o caminho da medicina caseira e os conselhos de todas as avós. Além disso, também passeia pela farmacologia antiga, moderna e contemporânea, desde a alquimia até o design racional de drogas, e pelas curiosas histórias de métodos e remédios naturais. 

Valeria Edelsztein é uma cientista, química, professora e comunicadora de ciências naturais argentina. Como divulgadora científica, proferiu palestras no programa de divulgação científica da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais (FCEyN), “Exatas vão à Escola” e “Semana da Química”. Seu livro, originalmente nomeado Los remedios de la abuela. Mitos y verdades de la medicina casera e publicado em 2011, foi traduzido por Márcia Aguiar Coelho para o português e lançado pela Editora da Unicamp em 2014.

13. O Sol morto de rir

O Sol morto de rir trata de ciência: como é feita, quem a faz, que paixões, alegrias e dissabores acometem os cientistas, como sabemos o que sabemos e por que acreditamos que o sabemos. O autor afirma que essa obra é como uma salada, elaborada com uma mistura de ingredientes, como um conto que ele escreveu por puro prazer, um artigo sobre universos múltiplos e uma seleção de textos retirados da coluna que escreveu durante vários anos para o jornal The News

Sergio de Régules, autor do livro, é físico e divulgador científico. Há mais de 25 anos escreve colunas, artigos e livros e ministra palestras e cursos para divulgadores no México e em vários países da América Latina. Seu livro foi traduzido por Márcia Aguiar Coelho e publicado no Brasil pela Editora da Unicamp em 2008.

Outros títulos publicados pela Editora da Unicamp

14. Ypabuçu

Ypabuçu, publicado em 2022 pela Editora da Unicamp, é uma obra que tem como objetivo religar o ser humano à natureza. O livro foi escrito em formato de crônicas que narram as observações feitas pelo autor, Marcos Rodrigues, sobre a fauna e a flora dos lagos e das lagoas por onde ele esteve nos últimos anos. A obra é composta por 13 capítulos nomeados de acordo com os meses do ano – indo de março a março do ano seguinte –, cada um dividido em subcapítulos. Parte do conteúdo do livro foi retirada do diário de Rodrigues e outras partes foram escritas a partir do conhecimento prévio do autor com base na leitura de artigos e livros sobre o assunto. 

Marcos Rodrigues é biólogo, fez mestrado em Ecologia pela Unicamp e doutorado em Zoologia pela Universidade de Oxford, Inglaterra. Atua como professor na Universidade Federal de Minas Gerais e já publicou diversos artigos e livros na área de biológicas, entre os quais se encontra a obra Um sabiá sujo, publicada pela Editora da Unicamp em 2020.

15. A ascensão da levedura

A ascensão da levedura é uma obra essencial para entendermos como um organismo tão pequeno como a levedura ajudou a transformar a sociedade como a conhecemos hoje. Usando uma linguagem acessível e que provoca a curiosidade do leitor, mas sempre com embasamento científico, essa obra abre nossos olhos para a poderosa e indissociável realidade microscópica que nos envolve. Trata-se de uma obra indicada não apenas para estudantes e pesquisadores do reino Fungi, mas também para todos os curiosos, para os amantes de um bom vinho ou para os padeiros de fim de semana, que estão sempre envolvidos nesses processos de alguma forma. 

Nicholas P. Money, autor do livro, é professor titular de Biologia e diretor do Western Program na Miami University em Oxford, Ohio, Estados Unidos. Especialista em biologia de fungos, é autor de uma dúzia de livros de divulgação científica. A ascensão da levedura, publicado em 2021 pela Editora da Unicamp, é seu primeiro título traduzido para o português, com tradução de Andreas K. Gombert.

16. Caleidoscópio Primo Levi 

Caleidoscópio Primo Levi reúne, com o olhar extremamente atento à multiplicidade de facetas de Levi, uma coletânea de textos essenciais para entender melhor, simultaneamente, o autor e a pessoa. Primo Levi (1919-1987), italiano de origem judaica, químico, sobrevivente dos campos de concentração e extermínio nazistas, é considerado um dos principais nomes da literatura que surge da experiência nos campos de concentração. Esse livro é de extrema importância, portanto, e contribui para a fortuna crítica brasileira sobre Levi, a partir de um detalhado estudo biográfico e uma investigação de múltiplos aspectos de sua escrita. A obra, publicada em 2021 pela Editora da Unicamp, também traz um estudo sobre a recepção de Primo Levi no Brasil, relativamente nova em relação a outros países.

A organização do livro foi feita por Aislan Macieira, professor colaborador da Universidade de São Paulo (USP), e Luciana Massi, professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

17. Neutrinos solares

Neutrinos solares, publicado em 2022 pela Editora da Unicamp, apresenta a história do programa de pesquisa em física dos neutrinos solares e, em paralelo, utiliza parte das discussões ocorridas na comunidade científica para ilustrar pontos recentes levantados pela Filosofia da Ciência sobre os fundamentos da atividade científica. Tópicos como realismo, falseabilidade de hipóteses, valores na ciência, por exemplo, são discutidos por meio de exemplos extraídos do programa de pesquisa em neutrinos solares. 

Os neutrinos solares, especial tema de estudo de Pedro Cunha de Holanda, autor da obra, são aqueles produzidos na fusão de prótons no Sol, a partir de uma reação de fusão nuclear. Neutrinos solares é, do começo ao fim, instrutivo e acessível, progride com calma, clareza e regularidade na elucidação dos conceitos – sem, no entanto, deixar de se aprofundar neles.Pedro Cunha de Holanda é graduado, mestre e doutor em Física pelo Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp (IFGW), onde também é professor livre-docente e atua na área de fenomenologia e astrofísica de neutrinos.

18. Sessenta anos de política científica e tecnológica no Brasil

Sessenta anos de política científica e tecnológica no Brasil, publicado em 2012 pela Editora da Unicamp, explora as principais transformações na política científica e tecnológica (PCT) brasileira ao longo das últimas seis décadas. Utilizando um referencial analítico pouco empregado no Brasil, o da análise de política, a obra diferencia-se das interpretações usuais que frequentemente negligenciam aspectos fundamentais da elaboração de políticas públicas, como valores, ideologias, interesses e assimetrias de poder. O caráter didático do texto é um ponto de destaque, abordando uma área com escassez de material bibliográfico que trate da evolução histórica da PCT brasileira. Além disso, poucos trabalhos apresentam elementos associados ao referencial teórico-metodológico utilizado nessa obra. 

O livro é recomendado para pesquisadores, professores e estudantes interessados em temas como Estado e políticas públicas, análise de política, reforma do Estado, política científica e tecnológica, política industrial, educação superior e tecnologia social, oferecendo uma visão abrangente e detalhada das mudanças e dos desafios enfrentados pela PCT no Brasil.

O autor da obra, Rafael de Brito Dias, é doutor em Política Científica e Tecnológica. Tem experiência nas áreas de Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia e Análise de Políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação, atuando principalmente em Tecnologias para a Inclusão Social; Ciência, Tecnologia e Poder; Tecnologia e Democracia; Política Científica e Tecnológica Comparada.

19. Um espaço para a ciência

Um espaço para a ciência é um livro pioneiro e indispensável que se tornou um clássico no estudo da sociologia da ciência. Essa obra notável oferece um estudo rigoroso e bem documentado, enriquecido por entrevistas com protagonistas da comunidade científica brasileira da época. Além de sua relevância na sociologia da ciência, o livro é uma leitura valiosa para estudiosos de diversas disciplinas, incluindo história do Brasil contemporâneo e análise de instituições variadas.

O autor do livro, Simon Schwartzman, é um sociólogo brasileiro, membro titular da Academia Brasileira de Ciências. Foi presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre 1994-1998 e diretor para o Brasil do American Institute for Research entre 1999-2002. Além de Um espaço para a ciência, publicado em 2015, o sociólogo também publicou outras duas obras pela Editora da Unicamp nesse mesmo ano: A educação superior na América Latina e os desafios do século XXI e Bases do autoritarismo brasileiro.

20. Os objetos frágeis

Os objetos frágeis foi inspirado por longos debates que ocorriam em encontros de divulgação científica do professor Pierre-Gilles de Gennes com seus estudantes. Esses encontros tratavam principalmente da “matéria mole” (das matérias plásticas às bolhas de sabão, uma de suas especialidades) e eram muitas vezes seguidos por debates que ultrapassavam largamente o tema da exposição. 

Pierre-Gilles de Gennes (1932-2007) foi um físico francês que recebeu o Nobel de Física de 1991 pelo conjunto de seu trabalho. De Gennes buscou entender o comportamento de sistemas complexos através de ideias simples. A obra aborda o que devemos saber sobre a “matéria mole” e contém reflexões do cientista sobre o trabalho do pesquisador, a ciência, a sociedade, a educação, a invenção, o desenvolvimento tecnológico, entre outros assuntos. A edição brasileira, publicada pela Editora da Unicamp em 2008, foi traduzida por Leandro R. Tessler.

________________________

Os livros referenciados neste texto são recursos valiosos para todos os que se preocupam com uma sociedade verdadeiramente comprometida com a cultura e a ciência de qualidade. 

A Editora da Unicamp conta com um vasto catálogo de livros acadêmicos de diversas áreas, e a de Divulgação Cultural e Científica é uma das mais importantes no âmbito acadêmico. Acesse o site da Editora da Unicamp e conheça o catálogo.

Deixe um comentário