Jornal da Unicamp publica entrevista sobre o livro “Cosmetologia clínica e cuidado farmacêutico para a saúde da pele”

Jornal da Unicamp – De que maneira os resultados obtidos com esse projeto podem impactar o meio acadêmico?

Autoras – A cosmetologia clínica é um campo novo para a profissão farmacêutica, com o compromisso de promover a saúde da pele atendendo também às demandas por beleza e bem-estar. Essa obra visa contribuir com o desenvolvimento da área cosmética, que vai além da criação de formulações eficazes e seguras, atuando também na prevenção ao envelhecimento precoce e a outras condições cutâneas. A escrita do livro consolida a importância da extensão universitária, que possibilitou identificar lacunas entre a cosmetologia e a saúde da pele. As vivências com diferentes públicos revelaram demandas reais por orientações adequadas sobre o uso de cosméticos. Assim, muitas das nuances apresentadas foram elaboradas a partir dessas necessidades. A obra propõe ainda uma nova abordagem formativa para a atuação farmacêutica, integrando a cosmetologia clínica como instrumento de promoção da saúde e do bem-estar.

JU – Qual a importância dos projetos de extensão na área da saúde para as universidades? Quais os resultados imediatos para a comunidade?

Autoras – A extensão universitária vive um momento singular, consolidando-se como uma dimensão essencial na formação dos cursos de graduação. A área farmacêutica, especialmente a cosmetologia, oferece diversas possibilidades para projetos de extensão em saúde. O farmacêutico é um profissional-chave na orientação e educação sobre cosméticos, oferecendo uma fonte confiável de conhecimento para usuários e outros profissionais. Suas atividades clínicas atendem à necessidade social de informações corretas e acompanhamento adequado.

Por meio desses projetos, estudantes desenvolvem habilidades técnicas e humanas, fortalecendo a formação ética e promovendo uma atuação alinhada às necessidades reais da população. A cosmetologia clínica contribui para a prevenção e o suporte terapêutico de condições relacionadas com a pele, além de orientar o uso consciente e seguro de cosméticos.

Essa atuação promove saúde, qualidade de vida, bem-estar e autoestima, além de combater a desinformação e as fake news. Assim, garante-se o acesso a informações confiáveis, prevenindo o uso inadequado de produtos e evitando efeitos adversos.

JU – Como a experiência e os resultados retratados em Cosmetologia clínica podem se estender para outras áreas da saúde?

Autoras – Esse livro é voltado a profissionais da saúde, como farmacêuticos, dermatologistas, esteticistas, biomédicos e outros especialistas que recomendam o uso de cosméticos, especialmente os de grau 2. Também pode interessar a estudantes e entusiastas da área cosmética que desejam aprofundar seu conhecimento sobre a pele.

JU – O livro tem como foco principal o cuidado farmacêutico. Como outras áreas da saúde (dermatologia, por exemplo) podem fazer uso desse trabalho?

Autoras – A cosmetologia clínica, como subárea do cuidado farmacêutico, carece de materiais de referência robustos. Esse livro busca suprir essa lacuna ao preparar gerações de farmacêuticos, capacitando-os a atender às necessidades de uma sociedade que vive mais e que deseja incluir mais qualidade e bem-estar em seu planejamento de vida, principalmente no que diz respeito aos cuidados com a pele. O avanço tecnológico e a pesquisa científica na área cosmética vêm proporcionando uma nova compreensão sobre a pele, beneficiando todos os profissionais que atuam na orientação quanto ao uso de formulações cosméticas.

JU – Quanto pesou, na elaboração do livro, a abordagem de questões teóricas e exemplos práticos para a saúde da pele?

Autoras – A elaboração do livro resultou de anos de estudo sobre a e de dedicação à ciência da pele e dos cosméticos. Sempre tivemos o compromisso de unir rigor científico e aplicabilidade prática, o que exige uma abordagem multidisciplinar bastante complexa. Um dos maiores desafios foi justamente traduzir o conhecimento técnico e os dados científicos em orientações claras e acessíveis, que possam ser aplicadas no cuidado farmacêutico e na promoção da saúde da pele. Essa conexão entre teoria e prática impôs-se como uma prioridade desde o início da idealização da obra.

JU – Nos dias atuais, com as mudanças climáticas e as temperaturas extremas, a saúde da pele tem sido alvo de mais pesquisas e estudos acadêmicos?

Autoras – Vivemos em um país tropical, onde as temperaturas aumentam a cada ano, elevando a incidência de câncer de pele. A demanda pelo SUS [Sistema Único de Saúde] tem crescido, especialmente para atender casos de ceratose actínica, câncer, feridas e outras lesões cutâneas. As mudanças climáticas, como o aquecimento global, a poluição e a redução da camada de ozônio, impactam diretamente a saúde da pele, nosso maior órgão de contato com o meio ambiente. Esses fenômenos podem causar alterações na microbiota cutânea e danos ao DNA e podem favorecer o surgimento de doenças dermatológicas, como dermatites, infecções e malignidades. Assim, o padrão e a incidência dessas doenças vêm se modificando, despertando o interesse da comunidade científica. Nesse cenário, a atuação do farmacêutico mostra-se fundamental ao orientar sobre o uso correto de produtos de prevenção. É essencial que a população tenha acesso a informações confiáveis e se conscientize sobre a importância da prevenção para a proteção e manutenção da saúde da pele.

Para ler o texto no site do Jornal da Unicamp, clique aqui.

Cosmetologia clínica e cuidado farmacêutico para a saúde da pele

Organização: Gislaine Ricci Leonardi e Mariane Massufero Vergilio

Edição: 1ª

Ano: 2025

Páginas: 104

Dimensões: 14 cm x 21 cm

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