Maria Eduarda Peloggia Lunardelli

As finanças internacionais são um campo de estudo de extrema importância dentro da economia. Essa área, que tem como principal objetivo analisar e compreender o mercado global a partir do estudo das transações monetárias entre países, dos fluxos de capital, dos efeitos de políticas econômicas e dos mercados cambiais, mostra-se cada vez mais indispensável no mundo contemporâneo. Isso se deve ao fato de os cenários econômico, político e social atuais serem marcados por uma globalização acelerada, grandes avanços tecnológicos, crises recorrentes e incertezas geopolíticas. Esses fatores ditam os rumos dos fluxos de capital e das políticas monetárias, impactando de diversas maneiras a economia global. 

Nesse contexto, um dos principais efeitos de tais fatores sobre a economia internacional são os riscos cambiais. Esses riscos se caracterizam por possíveis perdas financeiras causadas por flutuações nas taxas de câmbio entre moedas, afetando não apenas grandes empresas ou governos, mas também pessoas comuns – por meio do aumento de juros e da inflação, por exemplo.  Diante dessa realidade, os estudos em finanças internacionais têm sido cada vez mais ampliados e difundidos, à medida que mais pessoas demonstram interesse pelo assunto, seja por motivos acadêmicos ou por curiosidade pessoal.  

Foi nesse cenário de crescente interesse e busca por compreensão sobre o risco cambial que permeia a economia internacional – e sobre como estamos expostos a ele – que Natalia Dus Poiatti escreveu o livro Redução de exposição ao risco cambial.

Desde 2014, Poiatti atua como professora doutora no Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP). Graduada em Economia pela USP e doutora em Economia Financeira pela London Business School, ela apresenta expertise na área de finanças internacionais. Com o apoio do Centro de Estudos de Negociações Internacionais da USP e de alunos monitores, desenvolveu um projeto de extensão universitária aberto à comunidade sobre hedge cambial (estratégias de proteção contra variações cambiais). Foi a partir desse curso, e diante da escassez de bibliografia acessível e adequada ao público-alvo, que o livro Redução de exposição ao risco cambial foi elaborado. 

Pensado para suprir essa carência de materiais bem fundamentados e de fácil acesso sobre o risco cambial, o título se destaca no mercado por sua abordagem simples e didática. A obra não só explica o conceito central do tema, mas também fornece uma introdução prévia a cada tópico abordado, define de maneira clara e concisa todos os termos utilizados – como “taxa de câmbio nominal” e “apreciação/depreciação da moeda doméstica” – e apresenta gráficos que facilitam a compreensão geral do assunto. Por isso, a leitura é acessível a todos, sem exigir conhecimento prévio na área de economia.

Além da linguagem acessível, a organização da obra também se destaca como uma aliada dos estudos em finanças internacionais. Composta de oito capítulos, que apresentam introdução ao subtema, exemplos práticos, gráficos, tabelas e estudos de caso, a obra inclui ainda um índice de gráficos e uma apresentação da autora, que contextualiza todo o conteúdo. Redução de exposição ao risco cambial estabelece assim uma linha de raciocínio bem fundamentada, a partir da sequência lógica de seus capítulos. 

O capítulo 1, “Mercado cambial e taxas de câmbio”, fornece conceitos introdutórios indispensáveis para o entendimento dos derivativos cambiais. Em seguida, o capítulo “Contrato cambial a termo” esclarece como funcionam esses contratos e traz exemplos práticos. Já os capítulos “Contrato cambial futuro” e “Swap cambial” explicam, respectivamente, os contratos futuros e de swap cambial. O capítulo 5, “Opções cambiais”, explora diferentes tipos de opções de compra e venda de moeda. O capítulo 6, “Hedge cambial e a redução da exposição cambial”, descreve metodologias para determinar a exposição cambial e selecionar os instrumentos mais adequados de proteção. Na mesma linha, o capítulo 7, “Hedge cambial: apresentação de instrumentos adicionais e estudos de caso”, detalha o uso apropriado dos derivativos cambiais para minimizar o risco cambial. Por fim, o último capítulo, “Riscos do hedge especulativo”, fornece, em contrapartida, exemplos do uso indevido desses instrumentos, por meio de estudos de caso com empresas brasileiras. 

Portanto, o livro – fruto de anos de estudos e pesquisas sobre o funcionamento da economia internacional – é uma excelente referência não apenas para os estudantes de cursos de Economia e Finanças Internacionais, mas também para os entusiastas da área. 

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