17 livros de poesia para quem ama a arte das palavras

Ana Alice Kohler

“A arte da poesia é própria de gênios ou de loucos, já que os gênios são versáteis e os loucos deliram.” É o que pensava o grande filósofo e autor da Poética, Aristóteles. Segundo o estagirita, transformar as palavras em arte é um ofício que exige capacidades e talentos excepcionais. Apesar de ser comumente considerada uma forma elevada de literatura, entretanto, a poesia pode ser encontrada nas mais diversas manifestações humanas, desde as letras de rap até as invocações religiosas. Mas o que é, de fato, a poesia?

Muitas são as formas de conceituá-la e, como em todo processo de conceituação, cada época buscou delimitar o fenômeno poético a partir de alguns aspectos específicos. A escrita em verso, por exemplo, é uma das formas de definição comumente mobilizadas, mas que é contestada pela existência da “prosa poética”, em que textos não versificados são lidos como poesia, como é o caso de Grande sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Também a utilização de rimas e a construção de uma métrica específica não são apropriadas para delimitar o território da poesia, já que o verso livre, que não segue um modelo de composição, pode ser encontrado em grande parte dos poemas contemporâneos. De forma geral, a poesia é hoje entendida como uma manifestação artística literária que se utiliza dos múltiplos sentidos permitidos pela linguagem para expressar conteúdos que vão desde o amor romântico até a luta por justiça social.

Assim como precisar sua natureza, identificar a origem da poesia também não é trabalho fácil. O uso de uma linguagem ritmada, própria da poesia, precede até mesmo a escrita e é identificado através das inúmeras culturas humanas. Isso porque, por criar uma regularidade por meio do ritmo e da métrica, as mensagens, em sua maioria narrativas ancestrais, são mais facilmente recordadas e transmitidas. Dessa maneira, a forma poética transformou-se de ferramenta da memória coletiva em manifestação artisticamente inspirada, como era considerada à época de Aristóteles. Assim, foi possível o desenvolvimento de diferentes correntes e escolas de pensamento acerca da poesia, que assumiu as mais diversas formas. 

A poesia clássica, por exemplo, é conhecida por seguir determinados padrões de composição, como o uso de certos metros para cada forma poética. A metrificação, nesse sentido, pode ser entendida como um procedimento de “medição” dos versos, em que se contabiliza as unidades sonoras, conhecidas como sílabas poéticas, e atenta-se à distribuição das tônicas. Cria-se, dessa forma, versos específicos, como o decassílabo e o dodecassílabo, que são versos compostos por 10 e 12 sílabas poéticas, respectivamente. Assim, surge um determinado ritmo que, no caso da poesia clássica, deveria ser escolhido com base no gênero da obra. A poesia épica, por exemplo, como a Ilíada e a Odisseia de Homero, utilizava o hexassílabo, o verso de seis sílabas poéticas. 

Ao longo dos séculos, entretanto, as convenções acerca das formas fechadas foram se transformando e a poesia passou a explorar novos territórios de significação. A criação de sentidos por meio da imagem formada pelas palavras na página, por exemplo, é um dos procedimentos poéticos que ganharam destaque no século XX com a poesia concreta. Já o fazer poético dos modernistas brasileiros, que também marcou o século passado, prezava pelo uso da ironia crítica, do humor e da metalinguagem. Assim, os poemas podem ser classificados de acordo com diversas categorias, como a extensão de seus versos ou de suas estrofes, o tema que exploram, os valores estéticos que defendem e até a sua origem cultural. O haicai, por exemplo, é uma forma poética conhecida por sua origem japonesa e é composto por apenas três versos curtos. Tradicionalmente, o haicai versa sobre cenas naturais e a passagem do tempo, de maneira breve e reflexiva, diferente da realizada por modelos como o soneto, forma clássica italiana que comumente desenvolve um argumento ao longo de suas estrofes.

Seja através de versos regulares (com métrica definida e rimados), brancos (com métrica, mas sem rimas) ou livres (sem métrica ou rimas), é possível construir todo tipo de poema utilizando-se das figuras de linguagem e dos jogos de palavras tão comuns nesse gênero. Assim, cada grande nome da poesia mundial será conhecido pelo estilo próprio que desenvolveu, como é o caso da Emily Dickinson, que costumava brincar com a pontuação e as onomatopeias da língua inglesa para construir poemas repletos de sonoridade e ritmo. Já Camões, por outro lado, prezava, mais do que tudo, pela regularidade dos versos fechados e foi a partir da forma clássica que construiu o grande poema épico português, Os lusíadas. Charles Baudelaire, poeta francês do século XIX, entrou para a história como precursor do Simbolismo e tinha predileção pela musicalidade e pela sinestesia em seus poemas, capazes de evocar as mais variadas emoções por meio das palavras. Os versos da poeta brasileira Ana Cristina César, por outro lado, exploram a ironia, os elementos do cotidiano e a fragmentação pela mescla com a prosa.

De forma geral, portanto, o estudo e a crítica dessa arte “própria de gênios e loucos” valorizam o estilo de cada autor e são um terreno fértil para discussões estéticas profundas acerca das convenções, das ferramentas, dos aspectos biográficos e dos impactos sociais de cada poeta e corrente poética. Pensando nisso, a Editora da Unicamp selecionou 17 livros de seu catálogo que tratam de poesia e que são fundamentais para quem deseja se aprofundar no assunto. Todas as obras estão disponíveis no site. Conheça-as!

  1. Aço em flor

Nascido da tese de mestrado de Fabrício Marques, Aço em flor: A poesia de Paulo Leminski foi publicado pela Editora da Unicamp em coedição com a Editora UFMG em 2024. O livro pretende estudar a obra do poeta curitibano ao longo de suas fases diversas e a partir de “quatro grandes linhas de força”: concisão, informação, invenção e consciência semiótica. 

Fabrício Marques é formado em Comunicação pela Universidade Federal de Juiz de Fora, é mestre em Teoria da Literatura e doutor em Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Como jornalista e crítico literário, colaborou com diversos periódicos importantes no Brasil, como a Folha de S.Paulo. Além disso, foi finalista dos prêmios Jabuti e Portugal Telecom com seu livro de poemas A fera incompletude.

Em Aço em flor, Marques trata da poesia de Leminski a partir da relação dialógica que ela estabelece entre as mais diferentes referências, como o haicai, o Modernismo brasileiro e a publicidade. Assim, para o autor, constrói-se uma poética entre o rigor e o acaso: “a poesia que ama a surpresa e a precisão, proeza do poeta que transforma as palavras num misto entre o óbvio e o nunca visto”.

  1. Poesia completa, volume I

Poesia completa, volume I apresenta os poemas de Emily Dickinson em suas versões originais e na tradução de Adalberto Müller. O primeiro volume foi publicado pela Editora da Unicamp em coedição com a Editora UnB e reúne os fascículos de poesia traduzidos e comentados, com notas explicativas e com variantes do mesmo poema. Traz também paratextos importantes, como um Prefácio apresentando os aspectos editoriais que envolvem a transcrição dos poemas e as referências que complementam a leitura.

Emily Elizabeth Dickinson não ganhou notoriedade em vida, mas hoje figura entre as maiores poetas americanas de todos os tempos. Nasceu em Amherst, Massachusetts, e morreu na mesma cidade, depois de publicar apenas 10 de seus mais de 1.800 poemas. Seu estilo é conhecido pela liberdade sintática, pelo uso da linguagem oral e pelo tom enigmático de seus versos. Adalberto Müller é doutor em Letras – Francês pela Universidade de São Paulo e professor de Teoria Literária na Universidade Federal Fluminense. É poeta e contista e já traduziu obras de autores como Walter Benjamin, Francis Ponge, e. e. cummings e Paul Celan.

  1. Poesia completa, volume II

O segundo volume de Poesia completa traz as “folhas soltas e perdidas” de Dickinson, mais uma vez em uma versão bilíngue, com as traduções de Adalberto Müller. Aqui, a poeta assume riscos ainda maiores, em uma liberdade poética que “deixou-se governar pelo Eros da invenção”. Os textos reunidos na obra “nos levam a conhecer mais a fundo o processo lírico de seus esboços, quando a mão que corre pelas folhas soltas é acometida e tomada por uma estranha agência, por um Outro”. A obra permite ao leitor aprofundar-se em cada detalhe da escrita de Emily Dickinson e, assim como o primeiro volume, apresenta notas e comentários que enriquecem ainda mais a leitura. 

  1. Emily Dickinson: Não sou ninguém

Emily Dickinson: Não sou ninguém reúne as traduções de Augusto de Campos, grande poeta do Concretismo brasileiro. Além de apresentar uma revisão dos 45 poemas já traduzidos, essa edição traz mais 35 novas traduções, que deixam entrever a “sua poesia única e antecipatória em termos de densidade léxica e liberdade sintática”.

Augusto de Campos é poeta, tradutor, ensaísta e crítico, ganhador de dois prêmios Jabuti. Conhecido como um dos fundadores da poesia concreta no Brasil, as suas traduções buscam “transformar o texto traduzido em um belo poema em nossa língua, recuperando os seus ‘achados’ estéticos juntamente com as emoções que o motivaram”. É tradutor de grandes nomes da literatura mundial, como Mallarmé, Joyce, Pound e Cummings.

  1. Byron e Keats: Entreversos

Em Byron e Keats: Entreversos, Augusto de Campos estabelece uma “crítica criativa”, que parte da própria tradução como forma de rever e estabelecer juízos acerca do objeto literário. A obra apresenta dois dos maiores poetas da língua inglesa de todos os tempos, Lord Byron e John Keats, como opostos complementares.

George Gordon Byron nasceu em 1788, em Londres, e cresceu para se tornar o maior poeta do Romantismo inglês, com seus clássicos Don Juan, A peregrinação de Childe Harold e She walks in beauty. Conhecido por seu estilo extravagante e seus temas polêmicos, Byron chegou a publicar parte de sua obra sob um pseudônimo para evitar a censura. Já John Keats, também um dos grandes nomes do Romantismo inglês, ficou conhecido por suas odes, em que deixa entrever um imaginário sensual e metafísico.

No livro, Augusto de Campos compara “Byron, carnal e concreto, sarcástico, veraz, desmistificador, crítico da crítica, de si mesmo e do próprio mundo, moderníssimo em suas ‘digressões’ colagísticas” e “Keats, internalizado, introvertido, metafísico, visionário da alma e da linguagem, perscrutando o mistério da vida e da morte em suas Odes e em seus poemas intertemporais e sobre-espaciais”. O título, portanto, além de apresentar traduções de poemas de dois dos maiores poetas ingleses, ainda oferece uma visão crítica acerca de seus projetos literários.

  1. Poem(a)s

Em Poem(a)s, a Editora da Unicamp traz, mais uma vez, traduções do grande poeta brasileiro Augusto de Campos; nessa obra, vertendo para o português a poesia de e. e. cummings. O tradutor executa, no livro, uma tentativa de reprodução no português de “uma das mais sérias tentativas de fazer funcionar dinâmica e poeticamente o instrumento verbal, reduzindo a um mínimo a distância entre experiência e expressão”.

Um dos grandes nomes da poesia moderna, e. e. cummings foi também pintor, ensaísta e dramaturgo. Conhecido por sua manipulação dos aspectos ortográficos e tipográficos, o americano inventou novas formas de moldar a linguagem para construir uma poética particular, que influenciou muito a escrita moderna. 

  1. 31 poetas 214 poemas

Em 31 poetas 214 poemas, Décio Pignatari propõe uma espécie de “volta ao mundo da poesia em nove línguas”. São traduções de poemas escritos em sânscrito, grego, latim, chinês, provençal, inglês, italiano, alemão e francês, oferecidos ao leitor de forma completa, com notas e comentários de Pignatari.

Décio Pignatari foi publicitário, poeta, ator, ensaísta, professor e tradutor. Ele é conhecido por suas experimentações verbais, que culminaram no Concretismo, movimento do qual foi precursor com Augusto de Campos e Haroldo de Campos. Em 31 poetas 214 poemas, demonstra toda a sua versatilidade e coragem, apresentando ao leitor desde hinos do Rigveda do século XVI a.C. até poemas de Guillaume Apollinaire do século XX. É um ótimo título para quem busca uma visão abrangente e diversa sobre a poesia.

  1. 20 sonetos

O livro 20 sonetos apresenta, além dos poemas de Camões referenciados no título, comentários da especialista Sheila Hue. A poesia trazida na obra é uma importante amostra da lírica camoniana aos leitores contemporâneos, por meio de “uma fundamentada introdução, notas aos poemas e esclarecedores comentários”. A edição, assim, é adequada tanto para alunos do ensino médio e universitários quanto para professores e amantes da poesia.

Luís de Camões foi o maior poeta português e sua obra foi considerada como referência para a regularização do idioma. Seu principal poema, Os lusíadas, relata a história da navegação portuguesa, a partir da forma épica, e é considerado, até hoje, como central para a cultura lusitana. Sheila Moura Hue é professora adjunta do Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e membro do Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos da Universidade de Coimbra. Suas principais áreas de pesquisa são os discursos quinhentistas sobre o Brasil e os estudos camonianos.

Em 20 sonetos, ela apresenta um Camões que “participa de refinados jogos na corte, enfrenta tempestades nos mares e nos amores, escreve sonetos teatrais, visuais, musicais e experimenta novas maneiras de escrever e pensar poesia”.

  1. Aetna/Etna

Aetna/Etna apresenta um poema de autoria anônima do século I d.C., que explica, a partir de teorias filosóficas da época, as erupções vulcânicas do monte Etna, na Sicília. A tradução de Matheus Trevizam, a primeira para a língua portuguesa, traz ainda um extenso estudo introdutório acerca do contexto de escrita do poema e de suas significações, oferecendo ao leitor uma bagagem adicional de conhecimento sobre a obra. 

Matheus Trevizam é bacharel em Letras pela Universidade Estadual de Campinas, além de mestre e doutor em Linguística pela mesma instituição. Atualmente, é professor associado de Língua e Literatura Latina na Universidade Federal de Minas Gerais. Publicou, pela Editora da Unicamp, as traduções de Das coisas do campo de Varrão, que foi finalista do Prêmio Jabuti de 2013, e Da agricultura, de Catão, o Velho

Aetna/Etna é uma obra poderosa, que “interessa a estudiosos de literatura e também a pesquisadores da história das ciências, particularmente filósofos, geógrafos e geólogos, já que documenta o conhecimento que os antigos romanos tinham sobre vulcanologia”.

  1. Antologia lírica angolana

Francisco Soares organiza, em Antologia lírica angolana, poemas representativos da literatura nacional de Angola, na tentativa de esclarecer perguntas como “Quais os primeiros poetas a escrever em Angola? Quais os primeiros poetas nacionalistas? Em que época escreveram? Quais as escolas literárias de que se aproveitaram? Que relações tinham com a oralidade?”. O livro é dividido em quatro partes que tratam sobre diferentes gerações de poetas angolanos, dando atenção especial a cada um deles. Além disso, o leitor ainda encontra uma Introdução explicativa sobre a formação da literatura de Angola e de como estão dispostos os verbetes do livro.

Francisco Soares é doutor em Literatura pela Universidade de Évora, em Portugal, onde coordenou o Mestrado em Estudos Lusófonos, sendo cofundador. Ensinou teoria literária em universidades de Angola, de Portugal e do Brasil, países em que já publicou diversos livros sobre o assunto. Em Antologia lírica angolana, Soares apresenta a rica poesia de Angola aos brasileiros.

  1. Canções sem metro

Raul Pompeia é comumente referenciado por seu romance O Ateneu, mas foi um artista e literato completo: escreveu crônicas, contos, novelas e ensaios, produziu caricaturas, desenhos e capas de livro. E, além disso, deu início à poesia em prosa no Brasil. Em Canções sem metro, o leitor entra em contato com o Raul Pompeia poeta, pouco conhecido. A organização, a Introdução e as notas explicativas são de Gilberto Araújo, doutor em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador da produção verbovisual de Raul Pompeia.

Raul d’Ávila Pompeia nasceu em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, e formou-se em Direito. Sua escrita é considerada naturalista por parte da crítica literária, mas sua prosa também é aproximada do Simbolismo e do Impressionismo. Em Canções sem metro, é possível enxergar “a virulência do polemista, do republicano e do abolicionista” na prosa poética do patrono da Cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras.

  1. Poesia e crise

Poesia e crise é um importante estudo da trajetória moderna da poesia a partir da estrutura da “crise” como elemento fundador de sua experiência. Assim, esse conceito tão debatido e mobilizado na contemporaneidade é destrinchado e singularizado como essencial ao estatuto da poesia e como fruto da modernidade.

O autor da obra, Marcos Siscar, é professor de Teoria Literária na Unicamp, tradutor e poeta. Desenvolveu seu pós-doutorado sobre Baudelaire e Mallarmé com a orientação de Jacques Derrida e Michel Deguy, na França. Ganhou, em 2017, o Prêmio Jabuti na categoria Teoria/Crítica Literária por seu livro De volta ao fim. Em Poesia e crise, ele desenvolve um estudo profundo acerca do status da poesia contemporânea.

Coleção Bibliotheca Latina

A Coleção Bibliotheca Latina reúne obras críticas e teóricas acerca dos principais gêneros literários da Antiguidade romana. Cada título é escrito por um especialista no gênero abordado e conta com explicações gerais acerca dos temas, além de um panorama dos principais autores e excertos traduzidos com bibliografias comentadas. A coleção é coordenada por Paulo Sérgio de Vasconcellos, professor da Unicamp, e por Matheus Trevizam, professor associado de Língua e Literatura Latina na Universidade Federal de Minas Gerais.

13. Poesia bucólica

Em Poesia bucólica, Alessandro Rolim de Moura discute a origem desse subgênero clássico e apresenta e interpreta seus principais textos. Virgílio é um dos autores mais explorados em uma “abordagem detalhada, quase verso a verso”. O livro ainda apresenta uma análise da tradição crítica da poesia bucólica e uma discussão acerca de poetas menos conhecidos, como Calpúrnio Sículo e Nemesiano. Por fim, o leitor ainda encontra uma breve antologia de textos traduzidos. 

Alessandro Rolim de Moura é professor associado de Literatura Grega e Latina da Universidade Federal do Paraná e doutor em Letras Clássicas pela Universidade de Oxford. Suas principais áreas de pesquisa são a poesia bucólica e a épica grega e latina e literatura da época de Nero. Em Poesia bucólica, ele apresenta para o leitor um panorama desse subgênero antigo.

14. Poesia didática

Poesia didática é uma ótima obra introdutória para quem não conhece esse gênero antigo. O autor, Matheus Trevizam, trabalha com o assunto de forma detalhada, explorando a poesia na prática, a partir de trechos de textos concretos. Assim, após um capítulo introdutório acerca das características gerais dessa forma literária, são apresentadas passagens que exemplificam e explicam o funcionamento do gênero. Além disso, a obra ainda conta com uma pequena antologia de poesia didática traduzida e uma bibliografia comentada de obras críticas modernas sobre o tema.

Matheus Trevizam, atualmente, é líder do grupo de pesquisa Tradução e Estudo da Literatura Técnica e Didática Romana. 

15. Épica I

Um dos gêneros mais conhecidos da Antiguidade Clássica, a épica, é tema dessa obra da Coleção Bibliotheca Latina, Épica I. O livro, escrito por Paulo Sérgio de Vasconcellos, trata das origens da poesia épica até a Eneida, de Virgílio, um dos textos formadores da cultura ocidental. Extremamente didática, a obra funciona como uma introdução aos estudantes de Letras, mas também é direcionada a todos que se interessam pela cultura antiga. 

Doutor em Letras Clássicas pela Universidade de São Paulo, Paulo Sérgio de Vasconcellos é professor da Unicamp e coordenador do grupo de pesquisa Intertextualidade na Literatura Latina. Atualmente, dedica-se ao estudo da poesia latina, com ênfase especial nas traduções de Virgílio feitas por Odorico Mendes. É um dos idealizadores da coleção.

16. Épica II

Em Épica II, a autora, Leni Ribeiro Leite, apresenta ao leitor as obras e os escritores que vieram depois da Eneida e que, portanto, tiveram de lidar com seu legado. Com uma linguagem acessível ao público não especializado, o livro analisa as tentativas variadas dos autores latinos de enfrentar essa “angústia da influência”. Por fim, ainda há uma pequena bibliografia comentada e uma breve antologia de trechos traduzidos.

Leni Ribeiro Leite é doutora em Letras Clássicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pós-doutora pela Universidade do Kentucky, nos Estados Unidos. Foi professora de Língua e Literatura Latina na Universidade Federal do Espírito Santo. Atualmente, leciona na Universidade do Kentucky e dedica-se ao estudo da literatura latina do período flaviano, em especial Marcial e Estácio, a recepção do clássico do ensino de latim, o neolatim e latim na América Latina.

17. Epigrama

O gênero epigramático tem contornos pouco definidos e é tema do sexto volume da Coleção Bibliotheca Latina. A obra de Robson Tadeu Cesila faz o leitor embarcar em uma jornada que vai desde um panorama mais geral sobre o gênero e suas questões até o tratamento detalhado das obras de Marcial, o maior autor de epigramas de que se tem conhecimento. Além disso, o título ainda apresenta uma bibliografia comentada e uma antologia de trechos de Marcial e de Catulo.

Robson Tadeu Cesila é doutor em Linguística pela Unicamp e professor de Língua e Literatura Latina na Universidade de São Paulo. Atualmente, dedica-se ao estudo e à tradução das obras epigramáticas de Marco Valério Marcial e integra diversos grupos de pesquisa acerca da literatura latina. Além disso, fez parte da equipe que organizou a edição anotada e comentada da tradução da Eneida, feita por Manuel Odorico Mendes, o livro Eneida brasileira: Tradução poética da epopeia de Públio Virgílio Maro, pela Editora da Unicamp.

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Os livros listados são ótimas opções para quem deseja aprofundar-se no estudo da poesia, sob diferentes ângulos. Além de apresentarem poemas de autores, estilos e culturas diversas, as obras ainda demonstram como a poesia pode ser vista a partir de sua intersecção com áreas como a História, a Antropologia e a Sociologia. Conheça também os demais livros da Editora da Unicamp sobre Língua e Literatura e saiba ainda mais sobre o universo da arte das palavras!

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