16 livros da Editora da Unicamp que abordam as diversas áreas da Engenharia

Rafaela Neres Poiani

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é composta por 38 países: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Colômbia, Coreia, Costa Rica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Israel, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia, Suíça e Turquia. De acordo com essa organização, cerca de 50% do crescimento econômico nos países-membros é atribuído a avanços tecnológicos e inovação, nos quais os engenheiros têm um papel fundamental. Dessa forma, a Engenharia mostra-se uma área fundamental para o desenvolvimento e progresso de qualquer nação e, no Brasil, não é diferente. Esse campo de estudos desempenha um papel essencial em setores estratégicos como infraestrutura, energia, tecnologia, indústria, agricultura e meio ambiente. 

Pensando historicamente, datar o início exato da engenharia no Brasil mostra-se uma tarefa difícil, mas pode-se afirmar que ela se estabeleceu de forma mais efetiva a partir das construções de casas pelos colonizadores. Além das residências, vieram, posteriormente, obras que visavam à defesa do país em combates: as muralhas e os fortes. Contudo, a engenharia começou a tomar o modelo que conhecemos hoje a partir das atividades dos oficiais engenheiros e dos mestres construtores de edificações civis e religiosas. O desenvolvimento dessa área no Brasil manteve-se por muito tempo atrasado, visto que a economia era baseada na escravidão – que dispunha de mão de obra barata –, não sendo do interesse da Coroa a instalação de indústrias em sua colônia. 

Em termos acadêmicos, a referência mais antiga com relação ao ensino da engenharia no Brasil – conforme citado por Pedro C. da Silva Telles em seu livro História da engenharia no Brasil – aponta para a contratação do holandês Miguel Timermans, entre l648 e 1650. Muitas outras iniciativas semelhantes foram, com o tempo, escrevendo o início da história do ensino da engenharia no Brasil, porém sempre de forma sazonal ou ainda muito incipiente. Como não existia regulamentação do trabalho exercido pelo engenheiro – o primeiro passo para esse regimento só veio no tempo de D. Pedro I, a partir de uma lei de 1828 –, muitas pessoas exerciam a profissão sem o ser, e o termo “engenheiro” já existia em português para rotular quem fazia fortificações e engenhos bélicos, sendo também comum no Exército. Não havia muita distinção, por exemplo, de quem projetava o design de uma construção (como uma igreja, por exemplo); ou seja, a arquitetura e a engenharia misturavam-se. Além disso, o termo “engenheiro” funcionava para quem era dono (ou capataz) de engenho, instalações onde eram fabricados açúcar, cachaça e outros produtos. Contudo, até o século XIX, a palavra fazia referência a engenheiro militar, mais precisamente. 

Atualmente, a engenharia pode ser vista como a arte de aplicar conhecimentos científicos, principalmente empíricos, na criação de estruturas, dispositivos e processos; ela se dispõe a converter recursos naturais em formas adequadas para atender às necessidades humanas. Com a vinda da família real ao Brasil, houve um investimento no ramo de construções, no qual o profissional da engenharia teve um papel fundamental. Embora em 1880 um decreto tenha atribuído requisitos para engenheiros civis, geógrafos e agrimensores, a profissão de engenheiro só foi regulamentada em 1933, por meio de um decreto, no qual também foram regulamentadas as profissões de agrimensor e arquiteto.

Na área da Educação, a popularização do ensino da engenharia cresceu com o tempo, com a criação de mais escolas específicas e, consequentemente, a formação de mais profissionais certificados que chegavam ao mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, a engenharia deixou de ser apenas composta pelas áreas “tradicionais” e sofreu uma subdivisão à medida que a demanda pelos profissionais surgia. Atualmente, por exemplo, há mais de 30 tipos de engenharia. Com as novas tecnologias e os novos recursos que surgem de forma bastante rápida, é bem provável que “novas engenharias” se desenvolvam no mercado, tendo em vista o objetivo principal de todas elas, que é contribuir para melhorias na qualidade de vida. Assim, quando se usa o termo “engenharia”, entre os cursos mais conhecidos da área, a título de exemplo, temos: Engenharia de Alimentos, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia Mecatrônica, Engenharia de Produção e Engenharia Química. 

Normalmente, nesses cursos – embora a engenharia se subdivida em tantos outros tipos – há algo em comum em todas as grades curriculares: os números. Por exemplo, seja você estudante de Engenharia Mecânica ou de Engenharia Ambiental, constará, entre várias outras, disciplinas de matemática, física e química. Segundo o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), entre as melhores universidades de cursos de engenharia do país, estão listadas a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Outras instituições que também se destacam, segundo o Ministério da Educação (MEC), são o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e o Instituto Militar de Engenharia (IME).

Assim como há diversas opções de formação, o mercado de trabalho para engenheiros também é bastante amplo: há a possibilidade de seguir carreira acadêmica, trabalhar em obras, infraestrutura e energia renovável – ou mesmo na gestão de pessoas, projetos e processos de grandes empresas. No geral, profissionais da engenharia são conhecidos por serem muito bem remunerados e isso é possível, desde que se tenha um excelente currículo e uma boa rede de relacionamento.

Com a Indústria 4.0, nome dado à Quarta Revolução Industrial, são muitos os desafios que as engenharias enfrentam no Brasil, como a necessidade de atualização em relação às novidades dos setores e a consequente necessidade de capacitação de trabalhadores, a fim de que possam manusear novos instrumentos e estar preparados para essa fase de desenvolvimento. Adicionalmente, a burocracia e a falta de agilidade nos processos são obstáculos para essa área, uma vez que as obtenções de licenças e autorizações necessárias para a execução de projetos tendem a ser demoradas e burocráticas, o que desestimula investimentos e prejudica a competitividade do país. 

A agilidade e simplificação dos trâmites burocráticos são essenciais, sem que se comprometa a segurança e a qualidade dos serviços prestados. De forma geral, a falta de investimentos adequados em formação dos engenheiros, em pesquisa e em desenvolvimento constitui-se como principal desafio da área.

Pensando nas diversas engenharias existentes e na complexidade encontrada em cada uma delas, a Editora da Unicamp selecionou 16 obras de seu catálogo, as quais abrangem não apenas assuntos pertencentes a esse campo de estudos, mas também a outros setores, como Medicina, Nutrição e Biologia. Confira as recomendações de leitura!

Engenharia de Alimentos

  1. Avanços conceituais em nutrição humana

Publicado em 2020, Avanços conceituais em nutrição humana, escrito por Valdemiro Carlos Sgarbieri, é um livro descritivo sobre a história dos avanços ocorridos nas áreas de Tecnologia de Alimentos e de Nutrição Humana, desde o século XX até a contemporaneidade. O exemplar apresenta, de forma minuciosa, os elementos essenciais para o corpo humano a partir de suas composições químicas, suas funções fisiológicas e os melhoramentos possíveis e disponíveis a essas substâncias que as tornam produtos funcionais. Assim, “uma revisão sobre macro e micronutrientes é apresentada nos primeiros capítulos, seguida de uma apresentação das substâncias bioativas”, e as últimas páginas oferecem provisões futuras dentro da área.

Valdemiro Carlos Sgarbieri é engenheiro agrônomo pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade da Califórnia (EUA), tendo realizado doutorado e pós-doutorado pela mesma instituição. Tem experiência em Ciência e Tecnologia de Alimentos, com ênfase em Ciência de Alimentos, atuando principalmente nos temas sobre feijão, proteínas e valor nutritivo. 

Em 2018, Sgarbieri recebeu o título de professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Durante a cerimônia, o ex-reitor, Marcelo Knobel, ratificou o merecimento da outorga do título ao pesquisador: 

Como foi destacado aqui, o professor Sgarbieri é um cientista e educador completo. No começo da Universidade, há 50 anos, nós não sabíamos muito bem como fazer ciência. O professor Sgarbieri e outros foram fazer pós-graduação no exterior e trouxeram conhecimentos para que pudéssemos transformar a Unicamp no que ela é hoje. Foi sem dúvida alguma uma imensa contribuição para o desenvolvimento da nossa instituição.

  1. Envelhecimento, saúde e cognição humana

Os autores da obra Envelhecimento, saúde e cognição humana, publicada em 2021 e de coautoria de Sgarbieri, abordam a maneira como a alimentação tem uma atuação fundamental sobre fatores bioquímicos e fisiológicos ligados à forma como envelhecemos. O livro – que tem caráter multidisciplinar – abrange áreas da Biologia, Nutrição e Medicina, e também está disponível em formato digital.

Maria Teresa Bertoldo-Pacheco tem mestrado e doutorado pela Unicamp e pós-doutorado pelo Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos). Desde 2007, faz parte do Grupo de Trabalho para Rotulagem de Alimentos para Fenilcetonúricos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, desde 2009, tem ocupado a vice-presidência da Comissão Interna de Biossegurança do Ital. Nádia Fátima Gibrim assim como Denise Aparecida Gonçalves de Oliveira são doutoras pela Unicamp e fazem parte do corpo docente da Universidade Paulista (Unip). Maria Elisa Caetano-Silva tem mestrado e doutorado pela Unicamp, e faz pós-doutorado na Universidade de Illinois Urbana-Champaign (EUA). 

  1. Fundamentos teóricos e práticos em análise de alimentos

Publicado em 2007, Fundamentos teóricos e práticos em análise de alimentos é um dos vários livros da Editora da Unicamp que também conta com uma versão digital. Ele seria uma espécie de “livro-texto”, fruto dos 20 anos de docência de Heloisa Máscia Cecchi, e é, também, outra obra de nossa Editora que é multidisciplinar, uma vez que alunos de graduação e de pós-graduação das áreas de Engenharia de Alimentos, Farmácia, Bioquímica, Nutrição, Agronomia, Química e de cursos técnicos correlatos podem se beneficiar dele em seus estudos. 

A autora Heloisa Máscia Cecchi é graduada, mestre e doutora pela Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA-Unicamp). Cecchi tem experiência na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos e trabalha, principalmente, com carotenoides, sucos e vitamina A.

  1. Nutrição adequada ao desenvolvimento e ao envelhecimento saudáveis

Em sua mais recente publicação pela Editora da Unicamp, lançada em 2022, Valdemiro Sgarbieri propicia ao leitor a compreensão da importância da alimentação adequada e sua relação com a longevidade humana. O livro aborda desde o estágio inicial da vida até a velhice, com informações sobre a dieta mediterrânea, sendo esta associada ao envelhecimento saudável. Sgarbieri apresenta um corpus bastante atual, o que faz a obra ser um ótimo material aos que desejam se atualizar sobre o assunto.

Engenharia Civil

  1. Utilização de resíduos agroindustriais na construção

Ao contrário do que algumas pessoas poderiam pensar, a obra Utilização de resíduos agroindustriais na construção, publicada em 2020, evoca a utilidade dos chamados “descartes” ou “rejeitos” na construção civil, a partir do que se chama de uma perspectiva ecoamigável ou construção verde. Materiais que geralmente são jogados fora, nesse livro são apresentados como opção sustentável diante da escassez de recursos naturais. Antonio Beraldo explica o objetivo por trás de seu trabalho de mais de 400 páginas: 

Espera-se que este livro possa servir como um guia para estudantes de graduação e pós-graduação, engenheiros civis, engenheiros agrícolas e de biossistemas, tecnólogos e projetistas, bem como profissionais atuantes em áreas afins e jovens pesquisadores motivados em usar materiais não convencionais, reduzir o impacto ambiental, aprimorar a qualidade de seu trabalho e impedir a perda de valiosos recursos disponíveis no Brasil e em outros países.

O matemático Antonio Ludovico Beraldo tem graduação pela Universidade de São Paulo (USP) e mestrado pela Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri-Unicamp). Além de sua atuação no Brasil, Beraldo também já realizou pesquisas fora do país: Espanha, Chile, Argentina e França – obtendo o título de doutor na Universidade de Lorraine, na França. Somados à sua experiência com reaproveitamento de resíduos agroindustriais na construção, o autor tem expertise em temas como bambu e compósitos, situados na área de Construções Rurais.

Até aqui podemos perceber que, como outras obras apresentadas anteriormente, Utilização de resíduos agroindustriais na construção também faz parte do catálogo de livros digitais da Editora da Unicamp, o que permite maior acesso à leitura e que conta com dezenas de exemplares!

  1. Tecnologias e materiais alternativos de construção

Seguindo o mesmo princípio de trabalho com materiais não convencionais, a obra Utilização de resíduos agroindustriais na construção foi publicada sete anos depois de Tecnologias e materiais alternativos de construção, de coautoria do pesquisador Antonio Ludovico Beraldo. O livro Tecnologias e materiais alternativos de construção foi publicado pela Editora da Unicamp em 2013, escrito por Beraldo e Wesley Jorge Freire. Freire tem graduação, mestrado e doutorado pela Universidade de São Paulo (USP), com especialização em Fitotecnia I pela mesma instituição, e faz parte do corpo docente da Unicamp, com vasta experiência na área de Engenharia Agrícola, com ênfase em Construções Rurais e Ambiência. 

A proposta dos autores é apresentar ao leitor, de forma simples e objetiva, alguns dos materiais oriundos da reciclagem de resíduos poluentes, que podem servir como uma alternativa eficiente, econômica e sustentável nas construções civis e rurais. Entre as opções, Freire e Beraldo abordam o bambu, a argamassa armada, o solo-cimento e muitos outros tipos de opções ecoamigáveis. 

  1. Resistência dos materiais – Volume 1

Publicada em 2010 e escrita pelo engenheiro civil Aloisio Ernesto Assan, a obra Resistência dos materiais – Volume 1 é uma ótima ferramenta de estudo para universitários, uma vez que trata de uma revisão sobre conceitos estudados em disciplinas de graduação de mesmo nome. Essa obra alinha bem os eixos teórico e prático do assunto, já que, além de conceituar temas como a flexão geral de barras e as teorias de viga de Bernoulli-Euler e de Timoshenko, traz grande variedade de exercícios resolvidos e propostos.

Aloisio Ernesto Assan é graduado, mestre e doutor pela USP e realizou seu pós-doutorado pelo Instituto de Tecnologia de Wessex (Inglaterra). Atualmente é professor titular aposentado da Unicamp e trabalha, principalmente, com temas como cálculo automático, cascas, elementos finitos, protensão, reservatórios e vigas contínuas.

  1. Resistência dos materiais – Volume 2

Publicado três anos depois de seu antecessor, Resistência dos materiais – Volume 2 é um complemento em relação à publicação anterior de Aloisio Ernesto Assan, uma vez que trata do mesmo assunto do volume 1, porém com outros conceitos e definições da área. Nele, por exemplo, entre os vários temas, Assan apresenta as teorias de elasticidade e plasticidade, o teorema de Rayleigh-Ritz, a notação tensorial e vetorial dos estados de tensão e deformação. Seguindo a mesma metodologia do livro anterior, o volume 2 também conta com uma enorme variedade de exercícios para auxiliar os estudos de quem o adquirir.

Além dos dois volumes sobre resistência dos materiais, Aloisio Assan tem outra obra da área de Engenharia, esta última tendo sido sua mais recente publicação pela Editora da Unicamp, em 2020.

  1. Método dos elementos finitos

Somados aos seus dois volumes da área de Engenharia Civil, Assan lançou mais um livro pela Editora da Unicamp, em 2020. Método dos elementos finitos, além de trazer novas hipóteses e formulações sobre o assunto, dispõe de nota histórica sobre a origem do tema, sendo uma ferramenta essencial para estudantes que têm conhecimento de mecânica geral das estruturas, cálculo diferencial e integral. Como bônus, nele, o autor apresenta exercícios e exemplos de programas computacionais, como FRAME.FOR, PLANAR.FOR, TORQ.FOR, TORT.FOR e FLUIT.FOR, desenvolvidos por ele próprio. 

  1. Princípio dos trabalhos virtuais, cinemática e aplicações

Nossa última recomendação de obras da Engenharia Civil é de autoria de Luiz Carlos Marcos Vieira Junior. Publicada em 2021 pela Editora da Unicamp, Princípio dos trabalhos virtuais, cinemática e aplicações é uma obra que conta com uma abordagem diferenciada: ao contrário da maioria das literaturas técnicas sobre o Princípio dos Trabalhos Virtuais (PTV), Vieira Junior emprega o PTV a partir da imposição de uma configuração deformada, e não através de sistema de forças ou rotações – designado como “virtual”. Entretanto, para que isso fosse possível, o autor julgou necessária a abordagem de conceitos da cinemática, com o devido tratamento de suas aplicações, através de um método específico. Vieira Junior defende que sua perspectiva permite ao engenheiro o desenvolvimento de suas capacidades de interpretar e visualizar o comportamento de um sistema estrutural, habilidades imprescindíveis para o exercício da profissão.

Luiz Carlos Marcos Vieira Junior tem mestrado pela USP e doutorado pela Universidade Johns Hopkins, onde também foi professor visitante, em 2012. Ainda em relação à sua experiência na docência, Vieira Junior lecionou na Universidade de New Haven por dois anos e, em 2013, tornou-se professor da Unicamp. Em 2019, sua proposta para a formação da próxima geração de engenheiros a atuar nas áreas de Resiliência, Mitigação e Adaptação a Desastres foi selecionada pela Fundação Eisenhower. Atualmente, coordena o Laboratório de Mecânica Computacional (LabMeC) da Faculdade de Engenharia Civil (FEC-Unicamp) e seus focos de pesquisa são o estudo da estabilidade de sistemas estruturais, análise experimental de estruturas, confiabilidade estrutural e análise de risco. 

Engenharia Elétrica

  1. Tratado de eletromagnetismo

Outra obra da lista que conta com uma versão digital é a do engenheiro Eduardo Fontana, publicada pela Editora da Unicamp em 2022. O livro Tratado de eletromagnetismo é voltado aos estudantes de Engenharia Elétrica e áreas correlatas, e refere-se, mais especificamente, à Teoria Eletromagnética. Ele apresenta cerca de 470 ilustrações, aproximadamente 3 mil expressões matemáticas e simulações computacionais em perspectiva 3D. Em seus 12 capítulos, Fontana enfatiza os conceitos teóricos basilares com o rigor matemático necessário. Entre os pressupostos abordados – imprescindíveis para a compreensão dos capítulos seguintes –, o leitor encontrará álgebra vetorial e campos de origem elétrica e magnética. 

Eduardo Fontana tem graduação em Engenharia Eletrônica e mestrado em Física, ambos pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade Stanford (EUA). Com um currículo vasto, atuou como cientista sênior na Adelphi Technology, em Palo Alto (EUA), entre os anos de 1991 e 1992. Desde 1980, é professor titular na UFPE, com expertise nas áreas de Eletromagnetismo, Instrumentação Óptica, Sensores, Dispositivos de Fibra, Espectroscopia, Plasmônica e Aplicações.

Com Tratado de eletromagnetismo, Fontana contribui com o acervo literário da área de Engenharia, a partir de sua abordagem progressiva, que permite ao estudante lidar com situações mais complexas, as quais, nesse sentido, envolvem a análise de sistemas e dispositivos eletromagnéticos de forma geral.

  1. Semicondutores

Assim como o assunto do livro anterior, em Semicondutores, Jacobus Willibrordus Swart trata da Engenharia Elétrica, mais especificamente, a respeito dos semicondutores – a expressão da variação da grandeza física chamada resistividade, uma vez que existem materiais que podem ser supercondutores ou isolantes. O enfoque desse livro é na teoria desses elementos, que se constituem como materiais básicos na fabricação de dispositivos e circuitos integrados (CIs) – tópico que Swart também aborda, apresentando sua história, sua evolução e suas tendências.

O holandês Jacobus Willibrordus Swart tem pós-doutorado pela Universidade Católica de Leuven (Bélgica) e pelo Research Triangle Institute (EUA). De 1997 a 2013, fez parte do quadro de docentes da Unicamp e atualmente é professor colaborador na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec-Unicamp). Entre 2013 e 2020, Swart trabalhou como consultor e representante do Interuniversity Microelectronics Centre (Imec) da Bélgica. Atualmente ele é vice-presidente da Sociedade Brasileira de Microeletrônica (SBMicro). 

  1. Introdução a sistemas de energia elétrica 

Introdução a sistemas de energia elétrica foi publicado em 2011 e escrito por Alcir Monticelli e Ariovaldo Garcia. Tendo em vista que um circuito elétrico possui elementos básicos – por exemplo, cargas e geradores, transformadores e linhas de transmissão –, esse livro trata da modelagem desses componentes para sua utilização no cálculo de fluxo de carga. Ainda, a obra tem como foco os sistemas de corrente alternada, com exceção de um capítulo que sumariza os aspectos de linhas de transmissão em corrente contínua.

Alcir Monticelli foi o fundador do Departamento de Sistemas de Energia Elétrica da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec-Unicamp). Em 2012, foi homenageado em simpósio, 11 anos após sua morte. Em sua notável trajetória acadêmica, graduou-se pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em 1970. Dois anos depois de finalizar sua graduação, tornou-se mestre pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e, já em 1975, conquistou o título de doutor pela Unicamp.

Aposentado desde 2010, Ariovaldo Garcia é mestre e doutor em Automação pela Unicamp, e foi professor titular do Departamento de Sistemas de Energia Elétrica da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec-Unicamp). Sua experiência consiste em áreas de Transmissão da Energia Elétrica e Distribuição da Energia Elétrica, atuando principalmente nos seguintes temas: sistemas de energia elétrica, controle em tempo real de sistemas de energia elétrica, estimação de estados e planejamento da expansão da transmissão de sistemas de energia elétrica. 

Engenharia Mecânica

  1. Análise computacional de estruturas

Dando início às nossas indicações de Engenharia Mecânica, Análise computacional de estruturas, publicado em 2010, trata dos principais conceitos sobre simulação computacional, com base no Método de Elementos Finitos (MEF) para problemas de elasticidade linear. Por isso, concepções básicas de elasticidade são revisadas e casos particulares de barra em tração, vigas em flexão e torção circular também são abordados. 

Marco Lúcio Bittencourt é graduado, mestre e doutor em Engenharia Mecânica pela Unicamp. Fez parte de programas de pós-doutorado na Universidade de Kentucky e na Universidade Brown, ambas instituições situadas nos Estados Unidos. É professor titular da Unicamp e sua principal área de pesquisa é voltada à Engenharia Estrutural Computacional.

Bittencourt, através de exemplos do programa ANSYS, oferece ao leitor um primeiro contato com o uso de um programa de simulação para os problemas que são tratados no livro. Logo, a obra é fundamental para estudantes iniciantes no curso de Engenharia Mecânica e professores que desejam introduzir em suas aulas as ferramentas computacionais como um parâmetro de análise.

  1. Sistemas de comunicações analógicas e digitais

Aos interessados na área de Telecomunicações da Engenharia Elétrica e da Engenharia de Computação, a Editora da Unicamp publicou, em 2022, a obra Sistemas de comunicações analógicas e digitais. Essa obra, de autoria de Getúlio Antero de Deus Júnior, tem como foco a metodologia ativa de Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP). Como bônus, o autor, através da metodologia ativa de Aprendizagem Baseada em Projetos (ABPj), propõe um projeto completo na área de Internet das Coisas (IoT), com uso de ferramentas de Design Thinking

Getúlio Antero de Deus Júnior tem graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Goiás (UFG), mestrado e doutorado pela Unicamp (Feec) e, atualmente, faz parte do corpo docente da UFG. Seus interesses de pesquisa abrangem diversas áreas, entre elas: Artes, Comunicações Móveis, Propriedade Industrial, Propriedade Intelectual, Redes Neurais Artificiais, Robótica, Telecomunicações e Teoria de Informação.

  1. Fundamentos de bancos de dados

Escrita por Célio Cardoso Guimarães, Fundamentos de bancos de dados é uma obra introdutória na área de bancos de dados, dirigida aos interessados em ter uma visão unificada de modelagem de dados, projeto de bancos de dados relacionais e programação na linguagem SQL. Devido à sua introdução abrangente à linguagem SQL – cujos conceitos e sintaxe são introduzidos informalmente –, o livro não pressupõe conhecimento prévio acerca dos tópicos abordados. Adicionalmente, o texto é acompanhado de um material complementar que pode ser baixado em formato PDF, gratuitamente. 

O engenheiro eletrônico Célio Cardoso Guimarães tem graduação pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), mestrado, nos Estados Unidos, em Operations Research pela Case Western Reserve University e doutorado em Computer Science pela mesma universidade. Atualmente é professor adjunto da Unicamp.

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Os livros recomendados neste texto são objeto de estudo em diferentes áreas da Engenharia. Como vimos anteriormente, embora ela se classifique entre outros tipos de engenharias, há um fator comum em todos os cursos de graduação: o estudo das Ciências Exatas e Aplicadas. Muitos exemplares da Editora da Unicamp são multidisciplinares, por isso, em nosso site, você encontra obras que são fundamentais não apenas para estudantes de Engenharia, como também para outras áreas, por exemplo, Nutrição e Artes

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