Por Maria Vitória Gomes Cardoso

O livro Hipertensão pulmonar: caminhos da investigação científica, , recentemente lançado pela Editora da Unicamp e escrito por Mônica Corso Pereira, oferece uma exploração abrangente a respeito da hipertensão arterial pulmonar, doença rara e de difícil diagnóstico. A obra traz informações valiosas sobre diagnóstico, tratamentos e pesquisas médicas especializadas, contribuindo significativamente para o entendimento da população brasileira sobre o tema.

A autora, Mônica Corso Pereira, é graduada em Medicina pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na mesma instituição também concluiu a residência médica em Clínica Médica e Pneumologia, o mestrado (1997) e o doutorado (2003) em Clínica Médica (Pneumologia). É docente na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, desde 2015. Sua área de expertise é Insuficiência Respiratória Crônica, com linhas de pesquisa em hipertensão arterial pulmonar, bronquiectasias, DPOC e covid-19. Vemos, portanto, que a obra Hipertensão pulmonar: caminhos da investigação científica é o resultado de anos de dedicação e estudo da autora nessa área. 

O livro é dividido em duas partes. A primeira parte oferece uma contextualização histórica sobre como o entendimento da hipertensão pulmonar evoluiu ao longo do tempo. A segunda parte aborda a relação entre a doença e a atividade física, destacando as barreiras que os pacientes enfrentam ao tentar praticar exercícios. Além disso, há também um Prefácio escrito por Ilma Aparecida Paschoal, também formada em Medicina pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e um Apêndice, em que a autora da obra explora a linha de pesquisa e o estudo da hipertensão pulmonar na Unicamp.

No Prefácio, Paschoal discute o papel fundamental da Unicamp nesses estudos, com destaque para a história da disciplina de pneumologia da Faculdade de Ciências Médicas. Ela enfatiza muitos feitos significativos para a prática e a ciência médica. Um exemplo notável foi a introdução, na década de 1990, da oxigenoterapia domiciliar prolongada no Hospital de Clínicas da Unicamp, voltada para o tratamento da insuficiência respiratória crônica, prática que posteriormente se disseminou pelo país.

A primeira parte do livro é dedicada à contextualização e aos dados históricos da doença. Segundo o livro, os primeiros casos de hipertensão pulmonar registrados datam da transição do século XIX para o século XX. O primeiro simpósio da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre Hipertensão Pulmonar ocorreu em 1973, em Genebra, e desde o terceiro encontro, em 2003, esses eventos passaram a ser realizados a cada cinco anos. Nos capítulos iniciais, o leitor obtém uma compreensão abrangente e aprofundada da evolução da doença, desde os primeiros casos até os estudos mais recentes.

Ela é diferente. Apesar de receber a mesma quantidade de sangue a cada batimento do coração, a pressão na circulação pulmonar é cinco vezes menor. Mesmo durante atividade física, quando o débito cardíaco precisa aumentar para atender ao consumo aumentado de oxigênio e nutrientes, a pressão no sistema arterial pulmonar normal não aumenta consideravelmente.

Na segunda parte do livro, a autora discute as limitações enfrentadas por pacientes com hipertensão arterial pulmonar em relação aos esforços físicos. Os níveis de atividade física desses pacientes são reduzidos em comparação com pessoas com características demográficas semelhantes, mas sem a doença. Nesse livro, Pereira busca analisar os principais fatores que limitam esses pacientes. Entre as barreiras mencionadas, estão a falta de energia e de vontade, a ausência de instalações adequadas, o medo de lesões, a falta de parceiros ou estímulo de outras pessoas para se exercitar e o sentimento de vergonha ao realizar atividades físicas.

O livro, portanto, é de extrema importância tanto para estudantes de Medicina que desejam se especializar na área quanto para pacientes e público em geral que buscam informações de qualidade sobre a doença. Para o primeiro grupo, a obra oferece uma base sólida e detalhada sobre a história, os avanços e as práticas atuais no tratamento da hipertensão pulmonar, além de contribuições valiosas sobre as limitações e os desafios enfrentados pelos pacientes. Para os pacientes e suas famílias, o livro proporciona uma compreensão mais profunda da doença, das opções de tratamento e das estratégias para lidar com as limitações diárias. Além disso, contribui para a conscientização e educação da sociedade sobre a hipertensão pulmonar, promovendo um melhor entendimento e apoio aos que convivem com essa condição.

Essa obra ressalta a importância das universidades públicas não apenas no campo educacional, mas também na área médica, assim como o papel fundamental do Sistema Único de Saúde (SUS). Para quem busca entender melhor essa importância, o acervo da Editora da Unicamp também disponibiliza o livro A epopeia do SUS – Uma conquista civilizatória, de Carmino Antonio de Souza, Lenir Santos, José Enio Servilha Duarte e José Pedro Soares Martins.

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