Um manual a serviço da difusão da produção universitária

Por : Julia Franco

Transformar uma pesquisa em livro que exige mais dos autores e editores hoje do que há dez anos, por conta da profissionalização do mercado editorial. Por isso, a adoção de normas e padrões no processo de transformação de uma tese ou dissertação em livro pode ser um aliado importante tanto dos pesquisadores quanto dos profissionais que trabalham das editoras. Essa é, afirma Plinio Martins Filho, a razão de existência do Manual de Editoração e Estilo, em entrevista ao Blog da Editora da Unicamp. Leia a íntegra a seguir:

 

 

Blog Editora da Unicamp: Qual o diferencial do “Manual de Editoração e Estilo”, se comparado a outras obras semelhantes?
Plínio Martins Filho: Procurei fazer um livro que servisse para produção universitária, principalmente. Quando as pessoas forem fazer suas teses já produzem com as regras mais adequadas às editoras. Fazendo isso, adotando as regras acadêmicas, com certeza o processo de edição será facilitado.

Blog da Editora da Unicamp: Qual a importância de normalizar os estilos dos textos?Plínio Martins Filho: Para o leitor, que começa a ler um livro e começa a ver a grafia de nome diferenciado, de um jeito ou de outro, anúncios de realces gráficos sem critérios, o leitor inconscientemente percebe que o livro não teve uma preparação adequada. Então ele começa a desconfiar; A ideia da normalização é que ela seja tão sutil, tão coerente que ninguém perceba que existem ruídos nesse trabalho. Essa é a grande importância, seja em trabalho acadêmico ou não.

 Blog da Editora da Unicamp: Como este livro pode auxiliar o aluno que pretende seguir carreira como preparador e revisor de textos?
Plínio Martins Filho: Servirá como material de consulta. O aluno vai verificar como é que vai padronizar, vai [no manual] e acha. Para ele será um instrumento que tem o cuidado de mostrar maneiras de normalização, como o Manual, ele pode seguir facilmente com seu trabalho de preparação e revisão.

Blog da Editora da Unicamp: Esta obra é resultado de sua tese de doutorado, defendida em 2006. De lá pra cá, quais foram as principais mudanças observadas no trabalho com edição de livros no Brasil?
Plínio Martins Filho: Mudar não mudou, o que mudou é a profissionalização, esse cuidado com o texto que se tornou muito mais importante do que alguns anos atrás. Hoje nas escolas a gente exige que os trabalhos tenham um mínimo de coerência quando são apresentados. Se o livro é bem normalizado, você percebe que foi bem cuidado. O que mudou foi o cuidado que devemos ter, o respeito com o leitor.

 Blog da Editora da Unicamp: Como suas experiências de trabalho em diversas casas editoriais contribuíram para a composição do livro?
Plínio Martins Filho: Minha experiência como editor começou em 1971, sempre preparando texto. O que eu percebia é que, por exemplo, principalmente na área acadêmica, cada titulo que eu pegava para fazer tinha uma norma, assim como cada editora tem uma norma também. As pessoas indicam sempre a ABNT [Associação Brasileira de Normas Técnicas], que é uma norma oficial e sindical, mas na ABNT as normas são para documentação não para editoração. Então a partir dessa minha experiência fui juntando material para tentar criar um manual acadêmico, ou seja, mais ligado à produção das universidades mesmo. Fiz isso para tentar dar a possibilidade de uma coerência interna no texto.

(Fotos: Beatriz Guimarães de Carvalho)

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